Nesta terça-feira (11), o governo comunicou que vai anular o leilão de importação de arroz, que aconteceu na última quinta-feira (6). O anúncio foi feito após uma reunião fora da agenda entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e o presidente da Conab. Agora, uma nova concorrência para a aquisição será aberta.
Por que o leilão de arroz foi anulado?
O governo informou que cancelou o leilão para compra de arroz por causa de suspeitas de irregularidades e falta de capacidade técnica.
Segundo Carlos Fávaro, ministro da pasta da Agricultura, a avaliação do governo é que no conjunto de empresas fornecedoras do leilão, a maioria apresenta “fragilidades” e “não tem capacidade financeira” de operar em grande volume.
“A gente tem que conhecer a capacidade [das empresas], é dinheiro público e que tem que ser tratado com a maior responsabilidade”, disse Fávaro, afirmando que nenhum valor chegou a ser transferido.
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Além disso, ontem, o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, pediu demissão por causa de suspeitas de conflito de interesse. De acordo com o Estadão, o diretor de Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, que foi responsável pelo leilão, é uma indicação direta do secretário.
Outro conflito de interesse fica por conta da FOCO Corretora de Grãos, principal corretora do leilão, que pertence ao empresário Robson Almeida de França, ex-assessor parlamentar de Geller na Câmara e é sócio de Marcello Geller, filho do secretário.
No leilão da semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento arrematou 263 mil toneladas de arroz importado a fim de evitar altas nos preços por causa das inundações no Rio Grande do Sul. O estado é responsável por cerca de 70% da produção nacional.
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