Uma cafeteria de São Paulo chamou a atenção ao vender uma xícara de café coado por R$ 128. Os grãos seriam da variedade de um geisha panamenho, adquiridos pelo valor de US$ 600 por quilo, o que equivale a aproximadamente R$ 3 mil na cotação atual.
Apesar do preço ter causado espanto, ele está longe de ser o café mais caro do mundo. O atual recorde foi estabelecido em um leilão realizado em setembro de 2022, quando um lote da variedade geisha do produtor panamenho Lamastus Family Estates foi conquistado por US$ 6.034 (aproximadamente R$ 30 mil) por libra, ou US$ 13.302 (cerca de R$ 65 mil) por quilo. Esses grãos foram comprados por um grupo de torrefadores de locais como Taiwan, Dubai e China.
Outra variedade que se aproxima do atual café mais caro do mundo foi encontrada na cafeteria Proud Mary, que tem unidades físicas nos Estados Unidos e Austrália. O estabelecimento chegou a cobrar US$ 150 (mais de R$ 700) por uma xícara de café, da variedade geisha do Panamá, a qual eles tinham comprado por mais de US$ 4 mil (R$ 20 mil) o quilo.
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CAFÉ MAIS VALIOSO DO MUNDO
Originário de um vilarejo de Geisha, na Etiópia, o geisha (ou gesha) é uma variedade do café arábica. Apesar da semelhança no nome, ele não tem nenhuma relação com as gueixas da cultura japonesa.
Porém, foi no Panamá que ele encontrou um espaço propício para alcançar uma qualidade reconhecida no mundo inteiro. Ao produzir um café muito aromático, com notas florais e acidez balanceada, ele alcançou grande popularidade.
Mas o motivo para esses preços altos não é apenas o sabor. No livro “O Atlas Mundial do Café”, o barista James Hoffmann afirma que o setor imobiliário tem elevado os custos de produção no Panamá.
Além disso, o país tem uma legislação trabalhista mais exigente. Ou seja, com salários mais altos pagos aos agricultores, o custo elevado acaba sendo repassado ao consumidor.
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