Recentemente, a Frogware anunciou The Sinking City 2, sequência do jogo de mesmo nome lançado em 2019. Para mim, esse anúncio foi algo muito legal, pois estamos vendo o universo de H.P. Lovecraft ganhando cada vez mais espaço no mundo dos games.
Além desses dois jogos, o autor inspirou diversos outros títulos, sendo que, para mim, um dos melhores é Conarium, um jogo de aventura de terror psicológico desenvolvido pela Zoetrope Interactive e publicado pela Iceberg Interactive.
Lançado em 2017 para várias plataformas, incluindo PC, PlayStation 4 e Xbox One, o jogo é inspirado na obra de H.P. Lovecraft, no livro “Nas Montanhas da Loucura”.
No jogo, vamos acompanhar um grupo de cientistas que estão explorando uma antiga base abandonada na Antártica.
Eles descobrem artefatos estranhos e tecnologias avançadas que desafiam a compreensão humana. Conforme avançam na exploração, os membros do grupo começam a experimentar visões e eventos sobrenaturais que desafiam sua sanidade.
Confira o trailer:
Em Conarium, assumimos o papel de Frank Gilman, um dos membros da expedição. Frank acorda na base sem memória do que aconteceu e precisa explorar os arredores para descobrir o que ocorreu com ele e seus colegas.
À medida que Frank explora a base e resolve quebra-cabeças, ele se depara com visões perturbadoras e descobre segredos ocultos sobre a verdadeira natureza do lugar e sobre si mesmo.
Sobre a mecânica
A narrativa de Conarium é densa e envolvente, mergulhando profundamente nos temas do desconhecido, da loucura e da exploração do inconsciente humano. O fato dele ser em primeira pessoa contribuiu com essa narrativa.
Desenvolvido com o Unreal Engine 4, o motor gráfico da Epic Games, Conarium consegue uma qualidade visual bacana, que transmite bastante o horror psicológico de H.P. Lovecraft. O som também cumpre seu papel.
A jogabilidade é bem simples, com poucos comandos fazendo todas as ações, como abrir portas e ligar painéis. O jogo valoriza mais a investigação e a resolução de inimigas, por isso é necessário ficar atento aos cenários e às possibilidades.
Apesar de não ser um point and click, é preciso ficar atento à “bolinha” que serve como cursor para identificar as possibilidades.
Para mim, o ponto negativo é que nem sempre é necessário fazer os vínculos, sendo muitas vezes algo instintivo. Por exemplo, você vai ligar um gerador que precisa de combustível. Você não precisa fazer os comandos de pegar o combustível, abrir o gerador, clicar no galão e então no bocal do gerador.
Nesse caso, ao pegar o galão de combustível e clicar no bocal, ele é automaticamente enchido. Isso pode dar uma certa confusão no começo, mas depois fica fácil.
O jogo possui legenda e textos em português do Brasil, sendo uma ótima opção para quem quer começar a conhecer esse rico universo. Confira o nosso gameplay.
Sobre o autor
Howard Phillips Lovecraft, mais conhecido como H.P. Lovecraft, foi um escritor americano nascido em 1890 e falecido em 1937. Ele é reconhecido como um dos mais influentes autores de ficção científica, horror e fantasia do século XX.
Lovecraft é especialmente conhecido por seus contos de terror cósmico, nos quais ele explorava temas como o desconhecido, o insignificante da humanidade diante do vasto cosmos e a presença de entidades divinas e monstruosas além da compreensão humana.
As obras de Lovecraft frequentemente apresentam uma atmosfera de horror intelectual, em vez de depender apenas de elementos sobrenaturais ou violentos.
Ele criou um vasto panteão de deuses cósmicos, como Cthulhu, Nyarlathotep e Azathoth, que habitam universos além da compreensão humana. Seu estilo de escrita possui uma prosa elaborada e descritiva, que busca transmitir uma sensação de inefabilidade diante do horror cósmico.
Apesar de não ter alcançado grande reconhecimento durante sua vida, Lovecraft influenciou profundamente a literatura de horror e ficção científica, inspirando uma legião de escritores, cineastas, artistas e desenvolvedores de jogos.
