19 de maio de 2024
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Operário retoma os estudos aos 58 anos por meio da EJA

Após ter os estudos interrompidos aos 13 anos, José Donizete Rodrigues está realizando o sonho de voltar a estudar para concluir o Ensino Fundamental II

Nascido na zona rural de São Paulo, José Donizete Rodrigues precisou interromper seus estudos quando tinha apenas 13 anos. Em determinado momento, ele, que ajudava os pais na roça desde pequeno, foi forçado a escolher entre continuar frequentando as aulas ou colaborar mais com o sustento da casa. “Em São Paulo, a vida é muito difícil e cara. Naquela época, era comum os próprios pais tirarem a gente da escola para trabalhar. Mas eu tinha esse sonho de voltar a estudar”, conta Donizete, hoje com 58 anos. 

Em 2020, ele decidiu retomar os estudos por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA), no polo da Escola Municipal de Ensino Básico (EMEB) “Professora Dalila Galli”, localizado no Jardim Jockei Club, em São Carlos. 

Crédito: Arquivo pessoal.
Crédito: Arquivo pessoal.

Quando se matriculou na EJA, o aluno lembra que ficou receoso. “Tinha medo de não me adaptar com a molecada, por já ter 56 anos na época. Mas desde o primeiro dia de aula me surpreendi. Tem muitas pessoas mais velhas e até idosos”. Por ser operário em uma fábrica, ele está frequenta as aulas do 7º ano do Ensino Fundamental II no período noturno, depois do trabalho, e pretende continuar até pegar o diploma do Ensino Médio. 

Questionado sobre o que mudou desde que retomou os estudos, ele não pestaneja. “A autoestima aumenta. Eu não pegava em livro para ler, agora faço isso. E os professores estimulam muito a gente a continuar”, afirma Donizete. 

Um direito dele e de todos 

Além do ensino gratuito, a EJA fornece material didático e alimentação aos estudantes todos direitos garantidos pela Constituição Federal de 1988 a crianças, jovens e adultos. Dessa forma, atende parcela relevante dos alunos representados por pessoas de baixa renda que trabalham, têm filhos ou família e, assim, precisam se dividir entre a escola e outras responsabilidades. 

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“Tem muitos jovens que querem estudar, mas não conseguem por falta de transporte ou dinheiro para a condução. Aí eles vão dois ou três dias e acabam desistindo. A escola e os professores fazem de tudo para que eles voltem, até organizar carona. Mas a prefeitura precisa dar esse suporte para que consigam permanecer até pegar o diploma”, opina Donizete, destacando que todo suporte é bem-vindo e fundamental para a continuidade da jornada escolar.

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