19 de maio de 2024
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Amamentação: chance de sucesso é maior quando o pai considera importante

Pesquisa dos EUA mostra que taxas de aleitamento materno são maiores quando o parceiro também se envolve e apoia a amamentação

A chance de sucesso na amamentação é maior quando o pai do bebê também considera isso importante. Essa conclusão é de um novo estudo americano, publicado no Pediatrics, em que os autores buscaram desvendar a influência das características paternas na iniciação e na manutenção do aleitamento materno, assim como nas práticas seguras de sono da criança.

Foram avaliados questionários de 250 participantes do PRAMS (Pregnancy Risk Assessment Monitoring System) for Dads, que, em tradução livre, significa Sistema de monitoramento de avaliação de risco na gravidez para pais. Ele é um estudo populacional conduzido em 2018 e 2019 nos Estados Unidos que avalia as necessidades de saúde de homens e suas famílias na transição para a paternidade.

A taxa de início de amamentação foi quase total, 95,4% dos bebês de pais que queriam que eles mamassem no peito. Esse número foi de 68,7% naqueles em que os pais eram indiferentes neste quesito. E essa diferença se manteve após oito semanas: o número dos bebês que continuavam sendo amamentados pela mãe foi 77,5% contra 33,3%.

Sabe-se que conseguir iniciar e manter a amamentação é um grande desafio. Para os pesquisadores, engajar pais ou parceiros e parceiras que não deram à luz na discussão sobre o aleitamento, bem como mostrar como eles podem apoiar mães e bebês, pode ser um caminho para ajudar a aumentar as taxas de aleitamento materno. 

 

 

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“É um período que pode ser entremeado por dificuldades, frustrações e angústia para algumas mães. Por isso o apoio da família e do companheiro é um ponto essencial para o sucesso dessa jornada”, diz a pediatra Romy Zacharias, médica coordenadora da equipe de neonatologia do Hospital Israelita Albert Einstein.

“A vontade conjunta e a presença física dos pais ou companheiros que apoiem esse objetivo oferece suporte emocional nos momentos difíceis e ajuda na divisão de tarefas com os cuidados com o recém-nascido. Assim, a mãe não se sente sozinha e observamos que a amamentação se torna mais eficiente e prolongada”, avalia a médica.

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Foi o que aconteceu com Robson Celestino Prychodco, de 39 anos. Ele conta que, quando a mulher engravidou, procurou fazer sua lição de casa: fez cursos, acompanhou ela nas consultas, buscou informações e se envolveu no planejamento do parto. “Sempre tive essa disponibilidade e vontade de participar”, diz.

“Depois que meu filho nasceu, procurava ajudar na organização da rotina, criar um ambiente favorável para facilitar a amamentação e dar o suporte que ela precisava, inclusive com detalhes como lembrá-la de se hidratar.” O filho Dimitri, hoje com 11 anos, mamou até depois dos dois anos. A OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento exclusivo até os seis meses de vida e, de forma complementar a outros alimentos, até os dois anos ou mais.

“Tradicionalmente o homem ocupa uma posição acessória em tudo o que envolve os cuidados com os filhos e isso não precisa ser assim. Hoje vejo o quanto a falta de um pai desde cedo afeta a vida da criança e o quanto esse envolvimento te aproxima do seu filho e da sua mulher”, conta Prychodco.

Agora eles estão começando o desmame do caçula, Ravi, que está com dois anos e quatro meses. “Minha mulher queria muito amamentar e é muito determinada. Mas acho que a qualidade da amamentação e o custo seriam diferentes se eu não tivesse me envolvido tanto”, avalia o pai. 

SONO

O estudo também mostrou que quase todos os pais (99%) colocavam o bebê para dormir e a enorme maioria deles (85%) conhecia a posição correta na hora do sono. No entanto, cerca de um terço desconhecia alguma das demais recomendações. Vale lembrar que o bebê deve sempre dormir de barriga para cima, no berço, em uma superfície firme. Não se deve colocar sobre almofadas ou sofás, por exemplo, nem compartilhar a cama dos pais. O berço também deve estar livre de objetos macios como travesseiros, brinquedos e pelúcias, edredons, colchas e lençóis soltos.
 

  

*Com informações da Agência Einstein 

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Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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