Daniel Simões Santos Cecílio tem 50 anos. É casado há 26 anos, tem dois filhos, um de 23 anos e outra de 20 anos, e trabalha como coordenador pedagógico e é professor de biologia em uma grande escola em Campinas. “Minha rotina de trabalho é intensa e a corrida é uma grande válvula de escape para as pressões e exigências diárias, além de me fazer melhorar e evoluir sempre”, comenta.
ON RUN: Como foi seu início da corrida?
Daniel: Foi bastante difícil e desafiador, pois meu biotipo está mais para halterofilista do que para corredor queniano. No começo, mais caminhava do que corria, mas lentamente fui avançando e ganhando mais resistência para percorrer maiores distâncias correndo.
ON RUN: Quais as maiores dificuldades para se manter treinando?
Daniel: A organização dos horários do trabalho e superar o cansaço mental para ir para o treino.
ON RUN: Quais são seus pontos fortes se manter treinando?
Daniel: Ter consciência do tanto que a corrida me faz bem e que a evolução só vem com a constância nos treinamentos.
ON RUN: O que tem dado mais atenção para continuar firme nos treinos?
Daniel: A superação de metas no curto, médio e longo prazos. No caso, 10km, São Silvestre e fazer uma meia maratona.
ON RUN: Quais atividades tem feito para melhorar cada vez mais na corrida?
Daniel: Crossfit para fortalecimento muscular e acompanhamento com nutricionista.
ON RUN: Quais são seus maiores sonhos ou desejos com a corrida?
Daniel: Além de alcançar as metas citadas acima (10km, São Silvestre e meia maratona), é continuar correndo por muitos anos e melhorando minha técnica e, sempre que possível, minhas marcas, o que me motiva muito.
ON RUN: Como seria a sua corrida de rua ideal?
Daniel: Toda corrida, meu professor, que considero um mestre na sua área de atuação, me passa uma estratégia de prova, com um ritmo (pace) para ser cumprido quilômetro a quilômetro. Quando consigo cumprir o que foi definido ou mesmo melhorar, considero que a corrida foi ideal.
ON RUN: Quem são seus ídolos ou pessoas que te inspiram e te mantem firme na corrida?
Daniel: Meus professores de corrida, o Ronaldo e o Cristiano, e minha família, especialmente meu filho, que tem feito algumas provas comigo, o que sempre é um momento especial.
ON RUN: Descreva como é a sua rotina de treinos de corrida.
Daniel: Atualmente, faço aulas de corrida em grupo, orientada pelos professores, todas as terças e quintas-feiras. Além desses dias, tenho feito treinamentos específicos todos os sábados, ou seja, tenho praticado corrida três vezes por semana, além dos treinos de crossfit às segundas, quartas e sextas-feiras.
ON RUN: Como é a sua alimentação no período de treinos e descanso, é tudo igual?
Daniel: Como a nutricionista sabe dos meus treinamentos, existe uma alimentação pré-treino e pós-treino, para que eu tenha um bom desempenho nos treinos e não tenha perda de massa muscular após os exercícios.
ON RUN: Como é acordar cedo para treinar, da aquela preguiça básica?
Daniel: É bastante comum a preguiça aparecer antes dos treinos. Mas garanto que 100% das vezes valeu a pena superar a preguiça e ir treinar. Sempre saio melhor dos treinos do que cheguei para treinar. Tento sempre me lembrar disso para não cair na tentação de ir para casa e fugir dos treinos.
ON RUN: Quais conselhos daria para quem sonha em se tornar um corredor amador?
Daniel: Simplesmente comece, seja o seu estado atual de peso ou condicionamento físico. Não espere ficar em forma ou comer adequadamente para iniciar o treino. Normalmente, você vai querer se alimentar melhor para poder correr melhor, e não o contrário. Dê o pontapé inicial e procure não faltar nos treinamentos, dentro das possibilidades. Seja você a prioridade na sua vida!
ON RUN: Considera importante ter um professor especialista em corrida?
Daniel: É fundamental, tanto para a parte técnica, como na motivação. Não sei se conseguiria evoluir como tenho conseguido sem o apoio dos meus professores. Não tenho como retribuir a altura tudo que recebo deles.
ON RUN: Conte algumas histórias inusitadas, interessantes ou engraçadas que viveu ou viu na corrida.
Daniel: Ganhei um relógio Garmin do meu pai (um dos presentes mais legais do mundo). Na primeira corrida que usei (5km), fui olhar o meu pace em um determinado ponto da corrida e estava altíssimo. Meu filho perguntou qual era o nosso ritmo, eu falei e ele ficou surpreso, pois não parecia que estávamos tão lentos assim. Seguimos em frente. Fui acompanhando a distância e percebi que a prova já estava acabando, mas ainda faltava um bocado de metros pelo relógio. Enfim, a prova acabou e não cheguei nem perto dos 5km pelo relógio. Comentei com meu filho e ele “pescou” na hora o que aconteceu, quando fez a seguinte pergunta: “Pai, seu relógio não está em milhas?” Exatamente, esqueci de ajustar essa configuração e fiz a prova inteira com as marcações em milhas, ao invés de metros, o que gerou dados que não condiziam com o que eu estava esperando. Fiasco no primeiro uso do relógio (risos).
ON RUN: Qual sua mensagem para os corredores que, como você, irão participar da Corrida Integração 2022?
Daniel: Já somos vitoriosos!