Hugo Teixeira trabalha na Unicamp, em um laboratório que presta serviços de análises químicas. Conheceu a esposa Flávia, que hoje trabalha como analista de educação na Emdec, durante uma festa na universidade, em 2009. “Começamos a morar juntos em 2012 e em 2014 oficializamos a nossa união. Iniciamos na corrida praticamente na mesma época. Hoje, sempre que possível, corremos juntos. Por meio de aplicativos, compartilhamos nossos treinos, além de falarmos sobre o que foi bom e o que poderia ser melhorado naquela corrida. juntos, acompanhamos eventos de corridas, o que faz com que tenhamos mais uma conversa em comum. A corrida nos ajuda a manter em sintonia, pois é mais uma atividade, entre várias outras, que podemos fazer juntos”, conta Hugo.
Para ela, a corrida ajuda a refletir melhor após um dia de trabalho ou antes de iniciar uma rotina. “Melhora o nosso humor, faz um bem danado para o corpo e a mente e, como diz o treinador corrida, não é só correr, é ser completo”.
ON RUN: Como foi o início da corrida?
Hugo: Sempre gostei de praticar atividades físicas. Quando criança, ficava fascinado com os filmes de luta e queria de ser um praticante de alguma arte marcial, talvez judô. Mas o custo com a mensalidade e acessórios não estava dentro do orçamento da minha família. Assim, através de um projeto social na minha cidade natal, São Carlos, pude iniciar na capoeira, na qual permaneci por mais de 15 anos. Após entrar na universidade, os compromissos com os estudos e a dificuldade de treinar com meu grupo, acabou me afastando desse esporte. Fiquei, durante alguns anos, sem realizar nenhum tipo de atividade física, mas sempre com projeto para iniciar algo. Até que um dia, após uma noite mal dormida, resolvi sair para correr, pois era um esporte que não exige muito custos. A primeira corrida foi de alguns metros, mas parecia ser uma maratona. Após esse choque de realidade, planejei que iria treinar em dias alternados. Com um pouco de disciplina e regularidade, aqueles primeiros metros foram se tornando um quilômetro, um e meio, dois, três, cinco e depois de alguns meses, dez quilômetros.
Flávia: Foi no final de 2015, depois de tentar fazer academia e perceber que estava ganhando peso, mas nenhuma atividade física me atraía.
ON RUN: Quais as maiores dificuldades para se manter treinando?
Hugo: A capoeira me deu muito suporte com relação a rotina de treinamento, assim, não tenho muitas dificuldades para treinar. A dificuldade nos últimos anos, desde o início da pandemia, era encontrar um local seguro para treinar. Após a abertura da pista de atletismo da Unicamp, essa dificuldade foi resolvida.
Flávia: As fugas da rotina, principalmente quando estou de férias ou vou viajar.
ON RUN: Quais são seus pontos fortes para se manter treinado?
Hugo: Disciplina e observação dos resultados.
Flávia: Lembrar que no final do dia sempre fico feliz quando penso que eu corri.
ON RUN: Quais pontos tem dado mais atenção para seguir firme nos treinos?
Hugo: Os resultados. Percebo que em uma semana sem treino, a perda de performance é considerável e isso me motiva a treinar regularmente.
Flávia: A questão da saúde, em específico o nível de colesterol no sangue.
ON RUN: Quais atividades te ajudam a melhorar cada vez mais na corrida?
Hugo: Sem dúvidas, o fortalecimento e o alongamento.
Flávia: Faço pilates, busco sempre dormir cedo e me alimentar de maneira mais saudável possível.
ON RUN: Quais são seus maiores sonhos ou desejos com a corrida?
Hugo: Completar uma prova de 10km abaixo de 40 minutos.
Flávia: Continuar correndo.
ON RUN: Como seria a sua corrida de rua ideal?
Hugo: Gosto muito do formato da Corrida Integração de Campinas. É uma prova muito bem-organizada e geralmente acontece na época mais bonita do ano.
Flávia: Com água ao final.
ON RUN: Quem são seus ídolos ou pessoas que te inspiram e te mantem firme na corrida?
Hugo: Meu ídolo na corrida é o queniano Eliud Kipchoge. As pessoas que me inspiram são as que correm junto comigo e a equipe técnica que acompanha a nossa equipe.
Flávia: O professor Ronaldo, treinador do meu esposo, é uma pessoa que me inspira e que eu admiro na corrida.
ON RUN: Descreva como é a sua rotina de treinos de corrida.
Hugo: Nas segundas e quartas feiras, após o expediente, faço encontros regulares com a equipe de corrida do GGBS Unicamp. Nas sextas, antes de ir ao trabalho, realizo um treino solitário pelas ruas de Campinas, completando aproximadamente 12km. Os dias úteis que não corro, terças e quintas, são dedicados ao fortalecimento e alongamento.
Flávia: Acordo antes das 6h, bebo água, como uma banana, tomo um Yakult e saio para correr 5km, três vezes na semana.
ON RUN: Como é a sua alimentação no período de treinos e descanso, é tudo igual?
Hugo: Faço acompanhamento com uma nutricionista, que elabora uma prescrição dietoterápica. Geralmente, a alimentação é a mesma em dias de treino ou em dias normais. Escapo dessa rotina nos finais de semana.
Flávia: Durante a semana ela é mais regrada, que é o período em que corro. Aos finais de semana dou uma relaxada na alimentação, mas de leve.
ON RUN: É duro acordar cedo para treinar?
Hugo: Não tem um dia de treino, seja de manhã ou pós expediente, em que eu não penso em ficar na cama ou ir para casa.
Flávia: Dá preguiça no frio, quando a cama está quentinha. mas, quando lembro que tenho, de qualquer jeito, que levantar para trabalhar, penso que é melhor começar o dia correndo.
ON RUN: Quais conselhos daria para quem sonha em se tornar um corredor amador?
Hugo: Iniciar devagar, de preferência com uma caminhada. Tentar acompanhar alguns eventos de atletismo e corridas de ruas e ir aumentando a distância percorrida e a intensidade com o tempo. Após sentir que não consegue mais evoluir, procurar ajuda de um profissional e se juntar a uma equipe de corrida, pois a corrida pode parecer um esporte solitário, mas correr em companhia é sempre melhor.
Flávia: Não acho que daria algum conselho, mas diria que em nenhum dia o começo vai ser gostoso.
ON RUN: Qual foi o motivo que fez você praticar a corrida?
Hugo: metabolismo. Durante uma certa idade, leia-se juventude, eu podia ficar o dia todo em encontro com os amigos e no outro dia parecia que nada havia acontecido. Com o passar dos anos, percebi que o outro dia começou a ficar mais longo, e após alguns anos, o outro dia durava dois dias, ou seja, minha recuperação era lenta e isso é explicado biologicamente, pois à medida que vamos ganhando anos de vida, nosso metabolismo tende a desacelerar e a recuperação é mais trabalhosa. Foi então que vi em uma reportagem, na qual dizia que a corrida podia acelerar o metabolismo, e de fato, acelera.
Flávia: No início foi para perder peso, me manter saudável fisicamente. Hoje, tenho a corrida quase como uma terapia, algo que me ajuda a enfrentar o dia, minhas tristezas, minhas vozes internas. É o que me faz sentir mais forte, mais feliz.
ON RUN: Qual sua mensagem para os corredores que vão participar da Corrida Integração 2022?
Hugo: Aproveitem ao máximo essa prova. Após esses anos de pandemia, temos que exaltar o encontro de pessoas que estão em um lugar para celebrar o esporte.
Flávia: corra!
ON RUN: Quais as principias provas e resultados que você participou?
Hugo: Boldrini 2019 4ºlugar no geral; Maratona de Revezamento Campinas 1°lugar por equipes; e Corrida Unicamp 2016, 2017, 2018 e 2019 1°lugar na categoria de funcionários.
Flávia: Acho que a principal foi a Integração. Não tenho resultados de provas principais.