17 de maio de 2024
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Tudo Sertanejo

Clássico da música sertaneja foi censurado pela ditadura

Mudança na letra composta por Alcino Alves, depois de veto de militares, pode ter alterado o rumo da canção; entenda

Teodoro e Sampaio gravaram "Vestido de Seda" (Foto: Reprodução/Instagram)

* Por Vitória Graciotti

Lançado em 1984, “Vestido de Seda” é um dos grandes clássicos da música sertaneja, mas talvez, se a censura não tivesse barrado a primeira versão dessa canção, ela não se tornaria um sucesso tão importante para o gênero sertanejo.

O próprio compositor, Alcino Alves, conta que atualmente se sente constrangido em lembrar da primeira versão que escreveu. Inicialmente, o título da música era “Depois do Amor”, e, logo em seguida, foi modificado para “Vestido Preto”.

Alcino também conta que, apesar aceitar uma parceria com Teodoro na assinatura da música, na realidade, ele a compôs sozinho. Porém, como na primeira tentativa de liberação a mesma foi barrada pela censura, o cantor Teodoro propôs que a letra fosse modificada. Foi na segunda tentativa que a música foi liberada para gravação.

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Sucesso

Um dos carros chefes gravados pela dupla Teodoro e Sampaio, desde o seu lançamento se tornou uma das mais ouvidas do país, rendendo à dupla, o primeiro disco de ouro da carreira.

Outras composições de Alcino estão marcadas na história da música com as vozes de Teodoro e Sampaio, como: As Andorinhas e Mulher Chorona. Em 1996, o compositor integrou a dupla como segunda voz (Sampaio), mas a parceria acabou em 2010.

Vestido de Seda

Veja as alterações na letra de ‘Vestido de Seda”:

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Meu bem, eu queria
Que você voltasse ao menos pra buscar
Alguns objetos, que na despedida
Você não levou

Um batom usado
Caído no canto da penteadeira
Um vestido velho cheio de poeira (Uma toalhinha cheia de poeira)
Jogado no quarto com marcas de amor (Que você cansada pra longe atirou)

Vestido de seda (Pequena toalha fiel companheira das cenas de amor)
O seu manequim também te deixou (essa frase não existia)
Aí no cantinho não tem mais valor (Você para mim já não tem valor)
Se não tem aquela que tanto te usou

Eu também não passo de um trapo humano
Sem minha querida
Usado e jogado num canto da vida
Não sei o que faço sem meu grande amor

Eu já nem acendo a luz do meu quarto
Quando vou me deitar
Porque no escuro não vejo no espelho
Meus olhos chorando

Não vou na cozinha
Pra não ver dois copos vazios na mesa
Fazendo lembrar com tanta tristeza
A última noite que nós nos amamos

Letra da música, com alterações

Quem é Vitória Graciotti?

Vitória Graciotti é jornalista especializada em música sertaneja. Em agosto de 2023 passou a produzir conteúdos sobre o gênero em suas redes sociais, trazendo histórias, notícias, coberturas de eventos e curiosidades sobre o estilo musical mais ouvido do Brasil. Manteve o blog “Princesas do Sertanejo” entre 2013 e 2016.

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