9 de maio de 2024
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Tudo Elas

Mulheres na música: conheça dez artistas da nova geração

Dar visibilidade às novas vozes femininas é fundamental para impulsionar a diversidade e inclusão da indústria musical

Dar visibilidade às novas vozes femininas é fundamental para impulsionar a diversidade e inclusão da indústria musical. (Foto: Pixabay)

As mulheres estão conquistando a indústria musical. Neste ano, as principais categorias da 66ª edição do Grammy, como álbum e gravação do ano, foram dominadas por vozes femininas. Mas mesmo com o aumento da integração e influência feminina no cenário musical, é inevitável não notar como a indústria ainda faz parte de uma esfera machista.

Para uma mulher conseguir se encaixar nos padrões do universo musical, ela precisa se esforçar bem mais do que um homem e, ainda sim, há grandes chances de ter seu trabalho questionado pelo público e pela mídia, principalmente se busca seguir um estilo alternativo.

A cantora brasileira de Pop Rock Mayra, em entrevista ao Tudo EP, comenta que a dificuldade para uma mulher conquistar espaço na indústria está em ter que trabalhar o dobro para alcançar os homens.

“A cena do rock em si tende a ser muito misógina, formada majoritariamente por bandas estruturadas apenas por homens e que abre pouco espaço para bandas femininas ou vocalistas sem antes rolar o famoso ‘prove que você é roqueira’, algo que claramente não acontece com nossos colegas homens” diz a artista.

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Falta de representatividade em festivais

A falta de representatividade de novas artistas em eventos e festivais também é outro problema que atinge a nova geração de mulheres na música. Cantoras que não são mainstream (responsáveis por músicas mais ouvidas e comercializadas) muitas vezes são deixadas de fora dos line ups. Enquanto artistas masculinos, independentemente de sua influência, recebem mais oportunidades.

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Mayra conta que notou festivais de rock colocando artistas masculinos de outros gêneros musicais no line up, apenas para preencher um espaço vazio, enquanto as artistas que poderiam entregar um show no mesmo nível eram deixadas de fora.

“A real é que eu acredito que nós estamos apagadas da mente dessas pessoas. Eles não se lembram de nós. No fim das contas, a importância tá em representatividade, tá em temática, em fazer a cena rodar, voltar a ser forte de novo, mas pra isso acontecer, nossos nomes precisam ser mencionados quando a oportunidade surgir”.

Por isso, o Tudo Ep criou uma lista com dez artistas femininas relevantes no cenário da música atual. Confira:

Conheça dez artistas da nova geração

1- Mayra (@mayra)

Cantora brasileira com influencias e inspirações de artistas do cenário Pop Rock, Pop Punk e Emo, como Paramore, My Chemical Romance, Fresno, Pitty, Kittie, e The Pretty Reckless;


2- Marília Corrêa (@mariliacorrealive)

Cantora e compositora campineira com influencias de Elza Soares, Sandra de Sá, Dona Ivone Lara, Nina Simone e Aretha Franklin;

3- Isabela Vanzin (@niznav)

Vocalista da banda Grimória, com influencias do Metal alternativo e inspirações em bandas com vocais femininos dos anos 2000 como Evanescence e Paramore;

4- Deusa Nagô (@deusa.nago)

Cantora negra trans com músicas no estilo RnB, Soul e Jazz, além do Samba. Se inspira em artistas como Liniker, Luedji Luna, Elza Soares e Nina Simone;

5- Gabriele Oliveira (@bibi_)

Cantora e compositora brasileira. Compôs músicas para Annita, Pabllo Vitar e Luisa Sonza;

6- Day Limns (@daylimns)

Cantora Pop Rock goianiense, finalista da sexta edição do “The Voice Brasil”, e ato de abertura para artistas como Avril Lavigne e 5 Seconds of Summer;

7- Diameyka Odara (@travestimuitonegra)

Cantora campineira trans negra. Aposta no afrofuturismo e busca destaque na cena independente;

8- Allisic (@allisic)

Cantora nascida no interior de São Paulo. Explora o lado sombrio do Pop e Emo;

9- Karen Dió (@karendioxx)

Cantora brasileira Pop Punk, ex integrante da banda de Rock Violet Soda;

10- Gab Ferreira (@oigabferreira)

Cantora catarinense Indie pop. Com influencias de cantoras pop dos anos 2000. Se apresentou no Lollapalooza 2023.

Ao demonstrar apoio por meio de streams, os ouvintes não apenas contribuem para o fortalecimento da representação feminina na música, mas também para a construção de uma indústria inclusiva.

Recepção dos estilos musicais pelo público

A diferença na maneira em que os estilos musicais são aceitos pelo público, muitas vezes também é alvo de misoginia. Quando um homem decide criar músicas underground (oposto do popular), ele é considerado como legal e ousado. Mas se uma mulher entra em cena, seu trabalho muitas vezes é recebido como piada, sendo desvalorizado ou considerado como algo não original, o tão famoso “poser”.

“Mulher em qualquer posição ou prateleira vai ter de carregar o peso dessas expectativas, sejam físicas ou até mesmo de personalidade. ‘Você pode ser roqueira, mas não pode ser muito revoltada, senão é apenas uma mulher mal humorada’”, diz Mayra.

Ingressar na indústria musical como mulher é desafiador. Mas não desistir é o passo principal para a igualdade no cenário da música.

“Seja resiliênte, porém, não seja inocente. Você vai tomar porradas metafóricas e perceber que o caminho pra você é um pouco mais turbulento, mas no fim vale muito a pena. No fim do dia, por mais difícil que tenha sido sua caminhada, tem alguém ouvindo sua música na casa dela e se identificando, criando um laço com a sua arte, e é pra isso que a gente faz arte, eu acredito”, comenta a cantora.

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Estagiária no Tudo EP e a A Cidade ON, é graduanda em Produção Audiovisual pela ESAMC. Adentrou no Grupo EP em 2023 e atua nos conteúdos digitais, enfaticamente com a parte textual.
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