Ex-zagueiro Gustavo Schiavolin é campineiro e defendeu tanto a Ponte Preta, quanto o Guarani. Neste domingo (8), no duelo 203 da história, Gustavo acompanhará o clássico entre os dois times como espectador, mas se recorda da trajetória com as duas camisas com orgulho.
Afinal, dos seis dérbis disputados em toda a carreira, o ex-jogador se lembra de não ter perdido nenhum dos jogos. “Isso é o bom. Foram quatro empates e duas vitórias, uma para cada lado”, relembra Gustavo.
NO GUARANI
Crescido no bairro de São Bernardo, em Campinas, Gustavo jogou futsal no Ginásio de Esporte Roge Ferreira antes de vestir a camisa do Guarani pela primeira vez, em 1999. Para o ex-zagueiro, o peso da camisa era grande, assim como os desafios. “Ser campineiro e ter jogado nos dois clubes, isso, pra mim, é especial”, comenta.
No Brinco de Ouro, Gustavo atuou como gandula, virou profissional e marcou o primeiro gol da carreira. “Como se fosse hoje, aos 36 do segundo tempo, um a zero contra o Bangu. Acabou o jogo, eu ainda vim aqui e tirei a camisa”, relembra.
O ex-futebolista atuou durante 23 jogos no bugre e foi com a camisa verde que vivenciou o seu primeiro dérbi. No embate, em 2001, o time terminou em empate e ele pôde assistir ao jogo no banco dos reservas. Foi em 2002, no entanto, que Gustavo atuou jogando no segundo dérbi da carreira. O clássico terminou em mais um empate, com gol de Washington Luiz, para a Ponte, e de Zé Afonso para o Guarani.
Ele ainda lembra que quando vestiu a camisa do Bugre pela primeira vez, muitos amigos pontepretanos “viraram a cara” para ele. O ex-futebolista ainda reforça que teve uma relação única e bem diferente nos dois times.
NA PONTE PRETA
Aos 23 anos, depois de sair do Guarani, o campineiro embarcou no Moisés Lucarelli, lugar que atuaria por 63 jogos com o manto pontepretano. “Por ser campineiro, a dificuldade era maior, a cobrança era maior”, revela.
Os desafios e a pressão apenas aumentaram na véspera de seu terceiro dérbi da carreira. Dessa vez, Gustavo enfrentaria o seu antigo time e ele ainda relembra que, na época, a Ponte Preta vinha de uma derrota de quatro a zero para o Santos. “Na sequência, a gente jogaria esse dérbi e tinha a pressão da torcida”.
No embate, no entanto, Gustavo marcou um gol contra o Guarani e a Macaca venceu o jogo com três a um. A vitória havia sido tão marcante que ele rememora de ter sido erguido pelos torcedores pontepretanos. “Um dia de vilão, o outro de herói”, comenta.
NENÊ SANTANA
Depois daquele dérbi vitorioso, outros dois clássicos vieram com a Ponte e os dois foram comandados pelo então treinador Nenê Santana.
José “Nenê” Luiz Santana começou a carreira nas categorias de base da Ponte Preta, em 1973, mas hoje auxilia como técnico da casa. “O Nenê é um grande amigo dentro do futebol. Ele é uma pessoa que me ajudou bastante”, disse.
DE VOLTA AO BUGRE
Atualmente, Gustavo está de volta ao time do Guarani. Dessa vez, o ex-zagueiro atua fora do campo, como auxiliar técnico da casa. Em 2020, ele teve a oportunidade de vivenciar o sexto dérbi.
No primeiro tempo do confronto histórico, o Bugre perdia de dois a zero, mas, no segundo tempo, o jogo virou. “A gente conseguiu fazer um grande dérbi, veio a virada histórica que até hoje o pessoal fala”, rememora.
EXPECTATIVAS
Dessa vez, Gustavo Schiavolin vivenciará mais um dérbi, mas como torcedor. Ele tem grandes expectativas para o clássico deste domingo (8). “Eu acredito em um bom jogo, espero que saia bastantes gols”.