A enfermeira Talita Pilla, de 30 anos, descobriu há dois anos que só conseguirá gerar um filho por fertilização in vitro. A notícia veio em um momento de dor na vida da jovem, quando ela perdeu um bebê que gerava e teve diagnóstico de endometriose. Para realizar o sonho, Talita e o marido criaram rifas e campanhas nas redes sociais para arrecadar o valor necessário para que o sonho se torne realidade.
Quando descobriu a gravidez em 2021, Talita marcou o primeiro ultrassom. Entretanto ela nem chegou a fazer o exame. Uma semana depois sentiu dores e foi ao hospital. médicos constataram que se tratava de uma gestação ectópica, quando o bebê se desenvolvia fora do útero e ela teria que passar por cirurgia, pois a gravidez seria inviável.
“Eu fiquei internada, precisei passar por cirurgia, fiz a retirada da trompa. Era uma gestação inviável. Não foi um processo fácil. Quando eu tive a perda e depois eu descobri que eu não poderia ter outro naturalmente. Eu não aceitava. Eu tive que fazer tratamento psicológico durante um tempo. Eu ficava tentando encontrar motivos para isso ter acontecido”.
Neste momento, enquanto realizava exames, a enfermeira, que trabalha na Santa Casa de Poços de Caldas, descobriu uma segunda condição, hidrossalpinge nas trompas, o acúmulo de líquidos ao redor ou no interior das tubas uterinas, que provoca alto risco de provocar infertilidade feminina.
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“As minhas chances seriam mínimas e o recomendado era uma fertilização in vitro, a FIV. Ai quatro meses após a perda eu fiz a retirada dessa trompa porque o risco de ter outra gravidez fora do útero era grande. Fiz também a cirurgia e o tratamento para endometriose”.
Os médicos terem recomendado a fertilização in vitro, porém o procedimento é de alto custo e não é coberto pelo SUS, por isso, ela acreditou ser inviável.
Um ano depois, ela começou a trabalhar na maternidade do hospital e veio a esperança. Os médicos ginecologistas e obstetras do local, informaram que Poços de Caldas realizava fertilização in vitro.
“Eles me falaram que aqui em Poços estava sendo oferecido um serviço do ambulatório de infertilidade com os estudantes de medicina e a doutora Amandae. É um serviço em parceria com a Santa Casa e a prefeitura e a doutora começou a me atender por lá”.
Talita começou o processo da fertilização em novembro de 2022. Ela já passou pela estimulação ovariana, a coleta dos óvulos e a FIV. A próxima etapa é a da transferência de embriões.
Os custos para o procedimento variam entre R$ 25 e R$ 30 mil. Mas, a médica Amandae Patreze a ajudou a diminuir as despesas. O casal já possui uma dívida de R$ 11 mil, mas não tem mais condições de arcar com o tratamento. Eles criaram duas rifas e uma vaquinha online.
A rifa irá sortear um barril de 50 litros de chopp lager de uma cervejaria de Poços de Caldas. O valor é R$15 cada nome. Para participar, basta entrar em contato pelo número (35) 99110-7765. Já na vaquinha, a meta de arrecadação é R$ 5 mil.
“A gente tentou fazer de tudo pra gente conseguir, trabalhando muito, arrumar meios para custear sem pedir ajuda. Porque é difícil pra gente expor esse tipo de situação para as pessoas. Nem todo mundo entende. Tem gente que responde: ah porque você não adota?. É meio complicado que as pessoas compreendam a situação da gente e o desejo de você mesma gestar o seu filho, que é esse o meu desejo”.
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