Uma pesquisa realizada por cientistas da Ufla (Universidade Federal de Lavras), no Sul de Minas, desenvolveu um produto inédito, ambientalmente sustentável e de baixo custo para amenizar o impacto do petróleo e seus derivados, como plásticos e asfalto, no solo.
A pesquisa, desenvolvida a partir de materiais orgânicos, como substâncias derivadas de fungos, aliados à tecnologia de ponta, como as nanopartículas, resultou em uma manta biodegradável e solúvel em água que consegue neutralizar a contaminação.
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Desenvolvida desde 2020, a manta está hoje em processo de pedido de patente. Já os fungos utilizados são parte do acervo do Laboratório de Microbiologia Agrícola do Departamento de Biologia da Ufla e, associados às nanopartículas, originam a chamada Síntese Verde de Nanopartículas.
O estudo é coordenado pela pesquisadora Tatiana Cardoso e Bufalo e tem o apoio dos professores Eustáquio Souza Dias, Robson André Armindo e Joaquim Paulo da Silva, além de ser tema da dissertação de mestrado da pós-graduanda em Física Izabelly Christiny da Silva.
A equipe, chamada de Inovafungi, conta também com professores e colaboradores dos departamentos de Física, Química, Biologia e Engenharias da Ufla.
COMO FUNCIONA
Quando depositada sobre o solo contaminado, a manta atua sobre os derivados de petróleo, a partir de um potente arsenal metabólico extraído de fungos. Enquanto isso, a própria umidade do solo e do ar lentamente a derrete, liberando, gradativamente, as nanopartículas.
O resultado da ação conjunta livra o solo da contaminação causada pelos derivados do petróleo. Ainda, segundo os pesquisadores, a manta não contém microrganismos e por isso não altera a biota do solo (variedade de organismos e microrganismos que vivem nele). Quem “faz o trabalho” de maneira segura são as nanopartículas.
INOVAÇÃO
Segundo a coordenadora do projeto, Tatiana Cardoso e Bufalo, do Departamento de Física da Ufla, já existem no mercado diversas formas de atenuar a contaminação de solos por derivados de petróleo. Porém, algumas dessas técnicas, apesar de serem sustentáveis, causam preocupação, já que possuem efeitos colaterais que podem trazer outros prejuízos à natureza.
A principal inovação da técnica desenvolvida na Ufla é utilizar materiais e metodologias que são ambientalmente amigáveis, o que é conhecido também como tecnologias eco-friendly, havendo baixo impacto ao meio ambiente. A produção é a partir de bionanomateriais avançados, mais eficientes, seguros e de baixo custo.
Além disso, a atuação das substâncias extraídas dos fungos, aliada à liberação lenta das nanopartículas pela manta, torna a técnica segura e de fácil aplicação. Entre os ganhos, está, por exemplo, evitar a contaminação da água para uso humano e de animais, cuja exposição a longo prazo apresenta potencial cancerígeno e de danos ao sistema nervoso central.
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