Nesta quarta-feira (31), é comemorado o Dia Mundial Sem Tabaco. A data foi criada em 1987 pela OMS (Organização Mundial da Saúde), com o objetivo de alertar sobre os riscos relacionados ao tabagismo. Responsável por cerca de 8 milhões de mortes no mundo inteiro anualmente, sendo 156 mil (428 mortes por dia) só no Brasil, nos últimos anos, a prática tem sido ampliada pelo consumo do produto em diferentes formas.
Uma delas é a de enrolar o tabaco de modo caseiro, que tem ganhado cada vez mais adeptos. Apesar de ser vista como menos nocivo do que os cigarros comuns, de acordo com a AMB (Associação Médica Brasileira), o uso do tabaco orgânico não traz menos riscos à saúde.
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TABACO ORGÂNICO X CIGARRO
Ainda segundo a associação, todos os tipos de consumo de nicotina são prejudiciais. No caso do cigarro artesanal, a folha do tabaco contém nicotina e cerca de 300 substâncias químicas, sendo 16 cancerígenas. Ao ser aceso, essas substâncias se decompõem e geram cerca de 7.000 substâncias tóxicas, sendo 70 cancerígenas, semelhante ao cigarro comum.
Além do ato de fumar tabaco enrolado a mão não ser mais seguro do que outros produtos do tipo, ele pode apresentar riscos ainda maiores. De acordo com a American Cancer Society, pessoas que sempre fumaram cigarros artesanais têm um risco maior de desenvolver câncer de laringe, esôfago, boca e faringe, quando comparadas aos fumantes dos industrializados.
Dessa forma, mesmo que alguns produtos sejam vendidos como “totalmente naturais” e comercializados como se não tivessem produtos químicos ou aditivos, não há provas e nem boas razões para pensar que eles sejam mais saudáveis do que os demais.
QUAIS OS PERIGOS DE USAR CIGARRO ELETRÔNICO?
Outra tendência dos últimos anos é a adesão aos cigarros eletrônicos, ou DEFs (Dispositivos Eletrônicos para Fumar). De acordo com a AMB, o vapor inalado por meio deste tipo de produto apresenta substâncias severamente tóxicas e cancerígenas, incluindo nicotina. A exposição a ele durante a adolescência, por exemplo, pode prejudicar o cérebro em desenvolvimento. Além disso, seu uso triplica a chance de iniciação de jovens no uso dos cigarros comuns e mantém a dependência da nicotina.
Esses dispositivos feitos para vaporizar e inalar nicotina costumam render 1.500 tragadas, o que seria equivalente a cinco maços de cigarro. No entanto, essa comparação não é tão exata. No Brasil, um cigarro comum tem no máximo 1 miligrama de nicotina, o que é regulamentado pela Anvisa, já os formatos eletrônicos, vendidos ilegalmente e sem fiscalização, podem conter muito mais da substância.
Os cigarros eletrônicos são proibidos há mais de 10 anos no país. Desde 2009, há uma lei que veta a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, entre eles o cigarro eletrônico. A norma também especifica que estão proibidos quaisquer dispositivos eletrônicos que aleguem a substituição de cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo e similares no hábito de fumar ou que objetivem alternativa no tratamento do tabagismo.
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