Você sabe quais são os marcos históricos do Centro de Campinas? Nele, há um movimento que não se encontra em outro bairro. Palmeiras imperiais, praças, monumentos e igrejas centenárias. Atualmente, há um fluxo intenso de veículos e pessoas durante o dia. Prédios comerciais, residenciais, algumas antigas casas, viadutos e moradores em situação de rua. Por isso, o Centro de Campinas pode representar muitas coisas: pode representar novos começos ou resgate de memórias antigas. Seja como for, não há bairro que se iguale.
Palco de inúmeros fenômenos, o Centro pode ser entendido por marcos históricos. Segundo o historiador do Museu da Cidade, Américo Villela, nem sempre houve uma ideia certa do que, de fato, seria a área central na atual metrópole.
“Essa ideia de ‘Centro’ é uma ideia do século XX. Se a gente volta no século XVIII ou no século XIX, a gente tem diversos bairros rurais”,
explica.
De acordo com o historiador, apenas em 1971 a região central foi oficializada. “Campinas é uma cidade que comemorou duas vezes 200 anos. A primeira vez em 1939, que era a data que se considerava oficial, com a chegada de Francisco Barreto Leme, e depois em julho de 1974, com a alteração desta lei de 1971”, diz Villela.
Dessa forma, entre os lugares históricos da região central, segundo a Prefeitura Municipal, é possível encontrar o Largo de São Benedito, o Largo Santa Cruz, a Praça Bento Quirino, o Largo das Andorinhas, o Largo do Rosário, o Largo da Catedral, a Praça Ruy Barbosa, o Largo do Pará, o Largo do Mercado, a Estação Cultura, o Centro de Convivência, o Bosque dos Jequitibás, a Torre do Castelo e o Jardim Carlos Gomes.
MARCO ZERO
Um olhar atento pela Praça Bento Quirino e será possível notar que, no chão, há um espaço que se diferencia de toda a praça. Pequeno, quadrangular, branco com um círculo preto no meio. Aquele é o “Marco Zero” da cidade, o lugar em que pode-se dizer que é centro do Centro de Campinas.
“Esse Marco Zero é uma construção do ex- prefeito de Campinas Francisco Amaral nos anos 90”, explica Villela, que refere-se ao ponto como um dos marcos históricos do Centro de Campinas.
“Essa ideia vem do Marco Zero da Praça da Sé, em São Paulo. No caso de Campinas, o Marco Zero é a linha férrea”,
complementa.
Portanto, o ponto, simbolicamente, “construído” na Praça tem como principal objetivo demarcar geograficamente a cidade, de maneira que fica compreensível medir distâncias relativas àquele ponto. “Quando você está em uma rua e você caminha uma determinada quantidade, você chega nos trilhos da paulista”, diz.
Assim, segundo o historiador, na Praça, existiu a Casa da Câmara e a cadeia municipal, no lugar em que hoje é a Rua Thomaz Alves. Por outro lado, no lugar em que se encontra a Basílica do Carmo, ficava a “Matriz provisória”, que se tornou “Matriz velha”, com a construção da Catedral Metropolitana de Campinas Nossa Senhora da Conceição, em 1883. Dessa maneira, esses edifícios fazem com que o entorno do Marco Zero seja entendido como o “Centro histórico” da metrópole.
A partir deste território, no final do século 18, as primeiras vias da cidade foram desenhadas: a “Rua de baixo”, atual Luzitana; a “Rua do meio”, atual Dr. Quirino; e “Rua de cima”, atual Barão de Jaguara. Após a construção da Matriz Nova, outras vias foram surgindo.
“A Rua do Caracol, atual ‘Benjamin Constant’, a Rua das Casinhas, atual General Osório, A Rua da Matriz Velha, atual Barreto Leme. O arruamento foi se expandindo”,
explica o historiador.
TRANSFORMAÇÕES NO CENTRO DE CAMPINAS
Para o morador e comerciante Antonio Ferreira, a região central é marcada por transformações. Ele observou que o Mercado Municipal passa por mudanças, assim como outras localidades “históricas” do Centro, como:
- O Pátio Ferroviário;
- A Estação Cultura;
- O Teatro Castro Mendes e;
- O projeto “Viva Campos Sales”.
Assim, para a Prefeitura, a requalificação desses espaços, como a Avenida Campos Sales, tem como principal objetivo aumentar a oferta de comércio e serviços, além de diversificar as atividades econômicas e aumentar o número de pessoas que circulam pelo Centro. Nesse sentido, a Administração pública reforçou também a importância da preservação e revitalização dos patrimônios arquitetônicos da cidade.
Américo Villela explica que, além da revitalização e restauro do patrimônio, o Centro também nutre outros graves problemas. “Essa área conta hoje com grande quantidade de pessoas em situação de rua e uso de drogas. De qualquer forma, apesar disso, é onde temos a maior parte do patrimônio histórico concentrada. É uma área que tem bastante comércio ativo, com muitas ofertas e todos os serviços. Além de local de moradias populares”.
Entre movimentos, transformações, dilemas sociais e marcos históricos, o Centro concentra histórias diversas e memórias ricas de uma Campinas viva. Confira cada uma das matérias abaixo e entenda um pouco mais de um dos bairros que mais mudou vidas na metrópole:
UM CENTRO QUE CONVERGE HISTÓRIAS
Praça Carlos Gomes: moradores relembram histórias e desafios no Centro de Campinas
Arnaldo da Silva estava sentado em um banco de madeira na Praça Carlos Gomes, no Centro de Campinas. Naquela tarde, ele deixava-se a observar o movimento do lugar. Na Rua Irmã Serafina, o comum movimento do tráfego intenso da área central, acompanhado pela fileira de palmeiras imperiais. No centro da área de lazer, o coreto centenário e, ao redor dele, outras pessoas que vinham e iam. “Se você conhecesse esse lugar em 1973, você ia ver que era muito gostoso”, comentou.
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Comerciantes contam histórias do Mercado Municipal de Campinas
Roberto Mekaru tem uma banca de hortaliças tradicional no Mercado Municipal de Campinas, no Centro. No negócio familiar, a loja já soma mais de 50 anos. “Então, começou com o meu avô e foi até o meu pai. E agora ficou para mim. Eu mesmo estou aqui há 10 ou 12 anos”, afirma.
Dessa forma, o Mercadão é um espaço que coleciona histórias, transforma vidas e faz parte da lista das 7 maravilhas da metrópole. Atualmente, o espaço passa por revitalização e os comerciantes revelam boas memórias do passado do lugar.
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Museu da Imagem e do Som: a história do Centro de Campinas contada em imagens
É difícil não ficar impressionado com o edifício na esquina da Rua Regente Feijó com a Ferreira Penteado, no Centro de Campinas. Assim, o Palácio dos Azulejos abriga hoje o MIS (Museu da Imagem e do Som) de Campinas e, em seu acervo, é possível conferir diversas fotos históricas do Centro da metrópole.
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Outras histórias do Centro de Campinas
Tradição, inovação e desafios: conheça a história da 13 de Maio no Centro de Campinas
Com mais de 700 metros de extensão, a Rua 13 de Maio é o principal ponto comercial do Centro de Campinas. Dessa forma, a data faz referência à abolição da escravidão, em 13 de maio de 1888, e, mesmo nos dias atuais, é possível notar a mescla entre a inovação, os desafios contemporâneos e a tradição marcada na arquitetura de alguns edifícios.
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Centro de Campinas: saiba como é viver na região central da metrópole
Maria Sarah é uma das 20.200 pessoas que escolheram morar no Centro de Campinas. No Condomínio Hilário Magro, ela já está há mais de 40 anos. “Eu já morei no Bonfim, depois na [Rua] 11 de Agosto, depois na [Rua] Senador Saraiva e aí vim para cá. Neste prédio, moro desde 1980”, diz.
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Projeto Vozes da Nossa Gente
Essa matéria faz parte do projeto multiplataforma “Vozes da Nossa Gente” do portal ACidade ON Campinas. O projeto destaca o jornalismo hiperlocal e busca uma maior conexão com a comunidade.
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