Prefeitos da RMC (Região Metropolitana de Campinas) aprovaram em reunião nesta sexta-feira (8) sete propostas de combate à dengue para conter o avanço da epidemia na região. A reunião acontece no mesmo dia em que Campinas publicou o decreto do estado de emergência para a doença, já registrando 15.310 casos.
A RMC é formada por 20 municípios do interior paulista: Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor, Morungaba, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara D’Oeste, Santo Antônio de Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.
Além dos prefeitos, os secretários municipais ou diretores de Saúde de cada cidade também participaram da reunião.
Medidas para conter avanço da dengue
Veja quais foram as sete medidas definidas pelos prefeitos da RMC para conter o avanço da dengue:
- Mutirões nas cidades: os municípios terão vários dias de ações conjuntas no combate ao foco dos mosquitos;
- Instalação do Comitê Metropolitano da Dengue: será instalado em Campinas e fará o monitoramento da epidemia para a tomada de decisões;
- Mobilização de lideranças religiosas, empresariais e das imobiliárias, para multiplicar a conscientização para que cada pessoa cuide do quintal e casa para eliminar focos do mosquito;
- Reforçar as ações de combate aos focos de mosquitos nas divisas da cidade;
- Utilizar a telemedicina para o acompanhamento dos pacientes com dengue e evitar retornos nos centros de saúde e UPAs;
- Solicitar ajuda do Exército para ajudar as equipes de saúde a entrarem nas casas para verificar existência de focos;
- Solicitar ao Ministério da Saúde mais vacinas.
“O comitê de enfrentamento que foi aprovado aqui na reunião vai reunir não só a contagem dos casos de dengue na região, mas também a definição de estratégias conjuntas. A RMC teve uma atuação muito importante durante a pandemia de covid-19, com uma articulação conjunta entre as 20 cidades e vamos repetir isso no combate à dengue”, pontuou o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos).
Outra preocupação dos gestores é um colapso no sistema de saúde das cidades, já que além da dengue os casos de covid-19 também estão crescendo na região.
Casos nas regiões de Campinas
Em Campinas, a dengue já se espalhou por todos os bairros da cidade. A epidemia começou no ano passado no Jardim Eulina, que hoje é o bairro com mais registros da doença.
Confira a quantidade de casos de dengue por região de Campinas:
- Sudoeste: 3.326 casos e 1 óbito;
- Norte: 3.087 casos e 1 óbito;
- Noroeste: 2.433 casos e 1 óbito;
- Leste: 2.163 casos;
- Sul: 1.929 casos;
- Suleste: 1.846 casos;
- Região indefinida: 526 casos.
“Agora não dá para a gente se pautar em locais onde tem uma concentração maior e menor da dengue. Então, a gente acaba indo pra locais onde a transmissão ainda está no início para tentar conter a transmissão nesses locais e para que a situação não fique tão crítica, como aconteceu no Jardim Eulina”, explicou o coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto Marinho Neto.
Papel da sociedade
Esse cenário aumenta o alerta dos moradores para redobrar a atenção e os cuidados não apenas em casa, como também nas residências vizinhas, em relação a possíveis focos de dengue.
Mas todo cuidado é pouco. Mesmo mantendo a casa organizada e eliminando possíveis criadouros, a aposentada Lúcia Pereira pegou dengue em janeiro e ainda está se recuperando dos sintomas. “Ela pegou e me derrubou umas duas semanas, fiquei bem mal aqui”, comentou.
Conforme já apontado pela Saúde, a melhor forma de prevenção para a proliferação da dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro para o Aedes aegypti, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados os vasos sanitários inutilizados.
*Com informações de Heitor Moreira e Jorge Talmon/EPTV Campinas
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