Após rusgas públicas, Netto Donato e Edson Ferraz, duas figuras proeminentes da atual gestão fizeram as pazes e devem dividir palanque nas eleições do ano que vem.
Nas últimas semanas, a reaproximação de duas das principais peças do tabuleiro da administração municipal foi alvo de comentários de observadores da política local. Mais recentemente, em novembro, uma reunião na Aeasc (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de São Carlos) explicitou a aliança, com vistas às eleições de 2024.
Em entrevista ao acidade on São Carlos, o secretário de Governo, Netto Donato, afirmou que os grupos políticos que atualmente estão na base da administração municipal chegaram ao consenso para apoiá-lo a ser candidato a prefeito em 2024.
Com o rearranjo, o MDB de Edson Ferraz confirma apoio à pré-candidatura de Netto e o atual vice se retira da disputa pelo Palácio Sesquicentenário. Convidado, o emedebista se esquivou de fazer comentários à reportagem.
“Entendemos que seria melhor uma união de todos para que possamos vir mais fortes ainda para as eleições e foi isso que aconteceu. O Edson entendeu que poderia estar junto à gente e isso foi muito bom. O MDB está conosco na gestão, estamos trabalhando juntos”, afirmou Netto.
Sobre as farpas trocadas no passado, o pré-candidato e secretário de Governo contemporizou e afirmou que “nem teve discussão” e que a questão era de relacionamento entre prefeito e vice. Em julho, Edson chamou Netto de “usurpador” e disse que Airton Garcia “não sabia o que assinava no Paço”.
“Eu entrei aqui para intermediar as situações e foi muito tranquilo. Acho que o Edson sempre teve respeito comigo. Eu com ele nunca tive problemas pessoais”, relata.
Ampla aliança e polarização
Neto estima entre 8 e 10 partidos em aliança que poderá ser concretizada em coligação para as eleições de 2024. De perfil “centro direita”, Netto esclarece que “cabe todo mundo” do seu lado do xadrez. Como exemplo, enumerou personagens “do PSB e até do PC do B” em suas fileiras.
Na reunião que selou a aliança pluripartidária em novembro estiveram presentes correligionários do Progressistas, MDB, Podemos, Solidariedade, PSDB, PDT, PTB, PL, União Brasil, além do Cidadania. A presença de membros não necessariamente corresponde ao endosso partidário, vale lembrar.
Sobre uma eventual polarização – como ocorreu nas eleições do ano passado – Netto minimizou, afirmando que devem haver muitos candidatos na disputa, o que levaria a um pleito mais disperso ideologicamente.
“Isso é o tempo que vai dizer. Por isso que é importante unirmos a centro direita, que é quem represento, para fazermos uma composição boa. Mas eu não excluo ninguém”, comenta.
Disse ainda que a possibilidade de um segundo turno em São Carlos é bem-vinda e que poderá dar maior esclarecimento aos eleitores, que poderão comparar as duas plataformas de governo entre a primeira e segunda rodadas.
“Vamos saber em maio se teremos dois turnos ou não. Para a democracia e para a escolha dos candidatos por parte dos eleitores, é melhor”, finaliza.
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