20 de maio de 2024
- Publicidade -
EP Agro

Biocarvão de cana-de-açúcar ajuda a melhorar a contaminação do solo por arsênio

Produto foi desenvolvidos por pesquisadores da Esalq em conjunto com duas instituições dos EUA

 

 

Pesquisadores da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) da USP (Universidade de São Paulo), em colaboração com a North Carolina State University e o National Institute of Environmental Health Sciences dos Estados Unidos, desenvolveram uma solução promissora para a contaminação por arsênio em solos: o biocarvão de cana-de-açúcar, capaz de reter e mitigar a presença do elemento químico em solos contaminados. 

O biocarvão, obtido através da pirólise da cana-de-açúcar, destacou-se como um material orgânico capaz de preservar sua estrutura durante o processo de queima controlada. Os pesquisadores exploraram diferentes temperaturas de pirólise (350°, 550° e 750° Celsius), observando que essas variações conferiam ao biocarvão características físico-químicas diferentes, influenciando sua eficácia na retenção do arsênio presente no solo. 

No experimento, o biomaterial foi testado em solos com contaminação real, sujeitos a ciclos de alagamento e drenagem, condições que podem agravar a mobilidade do arsênio no ambiente. O biocarvão demonstrou a capacidade de reter tanto espécies inorgânicas quanto orgânicas extremamente tóxicas de arsênio, além de possivelmente impedir a formação da forma orgânica do contaminante por microrganismos presentes no solo. 

O arsênio é potencialmente tóxico e encontra-se em rochas e minerais presentes na crosta terrestre, sendo exacerbado por atividades industriais e de mineração. A contaminação causada por ele pode comprometer solos e recursos hídricos, representando uma ameaça direta à saúde humana e animal.  

 

- Publicidade -

LEIA TAMBÉM 

Armadilha ajuda a combater bicho-furão nas plantações de laranja 

Setor agropecuário de São Paulo registra superávit de US$ 20,65 bilhões

A exposição ao arsênio está associada a uma série de problemas de saúde, desde complicações respiratórias até o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer. O perigo iminente dessa contaminação é agravado pelo fato de que, em virtude das atividades humanas, o arsênio concentra-se na superfície, intensificando os riscos de absorção por organismos vivos. Portanto, a pesquisa é considerada uma contribuição importante para mitigar os impactos adversos do arsênio no meio ambiente e na saúde pública. 

- Publicidade -

Embora o biocarvão se destaque como uma medida eficaz para reduzir a mobilidade do arsênio no solo, é importante esclarecer que não é uma solução definitiva. Em solos altamente contaminados, a pesquisa sugere que o biomaterial pode ser utilizado em conjunto com técnicas adicionais, como a biorremediação por meio de plantas extratoras de arsênio. Dessa forma, a busca por estratégias otimizadas de aplicação do biocarvão e a compreensão mais aprofundada de suas limitações continuam sendo focos essenciais para enfrentar os desafios associados à contaminação por arsênio.

Rafaela Viveiros
Formada em Jornalismo pela Universidade Paulista (Unip). Jornalista do Grupo EP, repórter do Tudo EP, está no portal desde 2021 e possui experiências com produção de matérias para os portais, edição de vídeos, imagens e criação de conteúdo para as redes sociais.
- Publicidade -
plugins premium WordPress