“Lampejo”, de acordo com o dicionário de língua portuguesa Priberam, contém dois significados principais: o primeiro é “clarão momentâneo”; já no sentido figurado, “a manifestação viva de um sentimento”. E ambas definem bem o intuito do projeto de estímulo à leitura da Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Professora Janete Maria Martinelli Lia, que leva tal palavra como nome. Seu objetivo é, partindo da literatura, trabalhar educação emocional com as crianças do 1ª ao 4º ano, além de promover o desenvolvimento da expressão oral e escrita.
Foi depois da pandemia de Covid-19 que a escola percebeu a necessidade de criar um espaço na rotina dos alunos pequenos para falar sobre sentimentos, como frustração, luto, medo, afeto e respeito. “As crianças têm a oportunidade de pensar sobre essas questões de maneira pontual, mas percebemos que a escola precisava ser um espaço de reflexão diária. As crianças têm uma capacidade incrível de interpretar situações e encontrar soluções; o que acontece é que elas não têm muitos espaços de fala”, explica o diretor da EMEB, Caio Henrique Silveira da Silva.
O trabalho de identificação e exploração das emoções é feito através da leitura de um livro, escolhido em uma lista de títulos composta de diferentes gêneros literários, a qual é indicada pela Secretaria Municipal de Educação (SME) de São Carlos ou no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).
Depois da leitura, uma atividade lúdica é proposta, fazendo da literatura sempre uma porta para a expressão oral e escrita do pensamento, além, é claro, da expressão artística. Com a turma da professora Edna Maria da Silva, um dos livros trabalhados foi “O monstro das cores”, de Anna Lhenas, que sugere a identificação dos sentimentos a partir das cores. “Conseguimos, de forma lúdica, falar sobre emoções comuns a todas as pessoas e como lidar com elas. E, especialmente, sobre a importância de buscar compreender o que se sente e de pedir ajuda às pessoas próximas quando necessário”, explica a professora.