Você sabe o que se comemora em 18 de abril? A data tem sido buscada por usuários na internet e tem relação com o calendário oficial do Brasil. Assim, segundo o Google Trends, plataforma que levanta tendências, houve um aumento de mais de 500 % nas pesquisas. Confira todos os detalhes:
O que se comemora no dia 18 de abril?
No dia 18 de abril, comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil. Assim, essa data é comemorada desde janeiro de 2002, quando o Congresso Nacional aprovou a comemoração em homenagem ao escritor Monteiro Lobato.
Nesse sentido, a data recorda a fundação da primeira editora brasileira, em 1918. Monteiro Lobato é conhecido, portanto, como “o pai da literatura infantil” no Brasil, e as suas obras foram traduzidas a mais de 10 línguas.
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Além disso, ela tem extrema relevância por contextualizar o papel da educação no Brasil, além de incentivar o contato de crianças com livros.
Dicas de leitura
Segundo a “Revista Crescer”, os 5 melhores livros recomendados a crianças, são:
- Balas mágicas, de Heena Baek;
- Eu sou cachorro, de Baek Heena (autora) Ara Cultural (tradutora)
- A pele que eu tenho, de Bell hooks e Chris Raschka
Além disso, a revista destaca:
- Ser o que se é, de Pedroca Monteiro e Daniel Kondo
- Por que temos medo?, de Fran Pintadera e Ana Sender (autores) Lívia Deorsola (tradutora)
Controversas a Monteiro Lobato
Embora seja considerado pioneiro na literatura infantil, Monteiro Lobato também é criticado por ideias supostamente racistas. De acordo com o artigo “Monteiro Lobato: rasgado, queimado, cancelado e imprescindível”, do Jornal da Unesp, esse tema é amplamente debatido dentro e fora das escolas. Mas o que é falado sobre essa suposição?
Segundo Thiago Alves, que assina o artigo:
- Desde o final do século passado, há diversos estudos sérios realizados que buscam refletir sobre o papel dos personagens, pretos e não pretos, das obras – em destaque os da pesquisadora Marisa Lajolo;
- Na década de 50, existiam críticas, principalmente as do padre Sales Brasil, que buscavam classificar Lobato em algum estigma social e;
- Atualmente, há discussões sobre termos pejorativos utilizados, como “negrinha”, que aparecem em suas obras, e fazem necessárias notas explicativas no rodapé para contextualização.
Os dois lados do debate
Por um lado, há jornalistas e pesquisadores que defendem a acusação de racismo. Em 2021, Marcelo Coelho escreveu o texto: “Pode ser chato saber disso, mas Monteiro Lobato era de um racismo delirante” e, por outro, há quem discorda. No mesmo jornal, a pesquisadora e especialista nas obras de Lobato, Ana Lúcia, publicou como resposta: “‘Racismo delirante’ é tratamento grotesco, Monteiro Lobato merece respeito”.
No primeiro caso, Marcelo, que é mestre em sociologia pela USP (Universidade de São Paulo), destaca o conto “Negrinha”. “Lembro o conto ‘Negrinha’, em que pelo menos se mostravam as crueldades de uma sinhá branca em cima de uma “menina de criação”.
Já no segundo, a pesquisadora Ana Lúcia diz: “Sei que a vida e a obra deste grande escritor são um verdadeiro jogo de espelhos, que exige muito fôlego e capacidade de discernimento dos que desejem opinar sobre ela ou sobre o escritor”.
No artigo da Unesp, o professor Thiago explica que “cancelar Lobato” equivale a “queimar um ramo literário”. Assim, embora em outro contexto, que conserva outros valores, as obras têm potencialidade de gerar debates importantes à sociedade, como o racismo.