O Dia Internacional da Mulher é comemorado nesta quinta-feira (8), mas, assim como a data, a ideia de mulher é uma construção social, conforme defendia a filósofa francesa Simone de Beauvoir, “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”.
A frase, que viria a se tornar um clássico ligado ao nome de Beauvoir, manifesta sua ideia de que o feminino é algo estabelecido culturalmente, ou seja, a sociedade é quem pensou o lugar a mulher enquanto inferior, frágil e atribuiu-lhe o espaço doméstico. No entanto, a boa notícia está no fato de que se torna mulher, e, portanto, é possível reescrever os padrões de ação e comportamento que ao longo de tanto tempo foram impostos.
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Construção social
A afirmação existencialista de Jean-Paul Sartre de que “a existência precede a essência”, serve de base para entendermos que as coisas ganham sentido (essência) não por existirem, e sim porque o significado e valor são atribuídos a elas socialmente. Simone de Beauvoir estabelece essa lógica para a percepção de mulher, o gênero enquanto algo construído e não biológico.
A filósofa viveu entre os anos de 1908 e 1986 e, desde esses anos, as mulheres:
- Não participavam da educação ou política
- Eram objetificadas para os prazeres do homem
- Eram delegadas ao exercício doméstico
Na sociedade atual, porém, ainda se observa o exercício dessas práticas, fora e/ou dentro do país.
Novas percepções
Com o levante de movimentos feministas e de libertação, mulheres conseguiram superar algumas limitações impostas ao longo dos anos. Adotando o Brasil como exemplo, temos
- Direito ao voto
- Criação de Delegacia da Mulher
- Lei Maria da Penha
- Lei do Feminicídio
- Criminalidade da importunação sexual
Como é possível notar, muitas delas são relacionadas a punições a atitudes opressivas e machistas, mostrando ainda a tentativa de regular os corpos das mulheres.
Essas conquistas e outros movimentos sociais em andamento demonstram a negação das mulheres em retroceder para o cenário de submissão e avançar na determinação de seu próprio destino, até porque “Lugar de mulher é onde ela quiser”!
*Sob supervisão de Marcos Andrade
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