O queijo shanklish, de origem árabe, se tornou bem material de Guaxupé (MG). Com um formato mais arredondado, o produto é encontrado em diversas cores e tons, tendo como diferencial o tempero e também o modo de preparo, o que pode variar de família para família. Em Guaxupé, são mais de 20 produtores de queijo shanklish.
A cidade sofre forte influência da cultura árabe, principalmente libanesa e sírio que chegaram à região em meados do século 19. O produto tem a tradição mantida na cidade, sendo passada de geração em geração há mais de 100 anos.
A empresária Carmen Silva Ribeiro conta como a receita chegou a Minas Gerais na bagagem de seus avós. “Meus avôs vieram do Líbano, tanto paternos quanto maternos, e meu pai tinha 10 anos na época. Vieram para a região de Minas e trouxeram na bagagem a receita do queijo que eles estavam acostumados a comer lá, que é o shanklish. Trouxeram também a sementinha do condimento e aqui começaram a fazer para os amigos e para os vizinhos. E depois foi passando de geração em geração, foi para a minha mãe, agora estou assumindo a receita há muitos anos”, explica.
Uma junção da história e muito trabalho resultou em uma fábrica na cidade. A família patenteou a marca, que já existe há mais de 30 anos. Carmen enfatiza que hoje o queijo é vendido em todo o Brasil, nas mais diversas regiões, utilizando a mesma receita e o mesmo condimento.
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O secretário de Cultura, Esporte e Turismo de Guaxupé, Marcos Buled, destaca sobre a presença dos árabes na cidade. “A colônia árabe em maior quantidade e a colônia italiana em menor quantidade vieram para nossa região. Os árabes meio que fincaram a sua vinda a sua família em Guaxupé. Quando eles vêm ao Brasil, eles trazem um pouco da culinária árabe. A mais fácil de produzir ou de se manter era o queijo árabe shanklish. Guaxupé é uma das primeiras cidades do país que tem esse conhecimento, de que essa produção existia em Guaxupé”, afirma.
Para ele, o registro do bem material é importante para a manutenção da história, para manter a tradição e o legado dessas famílias em Guaxupé.
A empresária Homaya Abdala fala sobre a produção do queijo. “Produzimos a partir do leite in natura pasteurizado. Fazemos a ricota, da ricota fazemos a massa, moldamos. Tudo pesado e padronizado. A partir dele moldado, a gente coloca no sol para secar e vamos fazendo o controle de peso. Assim que ele atinge o peso, a gente passa no zattar [espécie de orégano árabe]”, explana.
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