Campinas decretou nesta quinta-feira (7) estado de emergência para a dengue. A decisão foi tomada na manhã desta quinta após uma reunião entre o prefeito, Dário Saadi (Republicanos), e gestores da secretaria de Saúde. O governo do Estado de São Paulo já tinha decretado estado de emergência para a doença na terça (5), e, desde então, a situação estava sendo analisada pela Administração.
A cidade já registrou neste ano 14.838 casos confirmados e três mortes pela doença, número que supera, com folga, o total de casos de 2023. O texto do decreto será publicado em Diário Oficial nesta sexta-feira (8).
O que muda com o estado de emergência?
A situação de emergência permite adoção de todas as medidas administrativas e assistenciais necessárias à contenção do aumento de casos da dengue.
De acordo com a Prefeitura, isso inclui direcionamento de recursos financeiros e agilidade na compra de insumos como soro e materiais para nebulização, pagamento de horas extras e eventual contratação de pessoal para reforçar a assistência em saúde.
O decreto permite também recebimento de aporte financeiro do Ministério da Saúde, com valor a ser confirmado, para apoio nas ações de prevenção e combate à doença.
Preocupação com a dengue
A preocupação com a dengue em Campinas é agravada pelo fato de que a cidade registra, pela primeira vez na história, a cocirculação de três sorotipos da doença: DEN 1, DEN 2 e DEN 3. Além disso, desde o início de outubro, o município tem apresentado condições climáticas consideradas ideais para o desenvolvimento e proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue.
A Saúde também observou aumento de casos confirmados de dengue nas últimas semanas, três mortes pela doença, e projeções indicam a possibilidade de Campinas alcançar pico da epidemia no mês de abril.
O que já foi feito e próximo mutirão
Neste ano, agentes de Saúde já visitaram 24,5 mil imóveis em cinco mutirões e ações de visitas às residências, que antecederam estes trabalhos específicos para orientar a população e eliminar criadouros do mosquito transmissor da doença.
Os mutirões começaram em 6 de janeiro, nas regiões com mais casos suspeitos e confirmados, e a programação com esta frequência está mantida pelo menos até o início de abril. O próximo será neste sábado (9), a partir das 8h, e os agentes da Secretaria de Saúde devem percorrer imóveis de nove bairros de Campinas (saiba mais aqui).
As próximas datas previstas para mutirões são:
- 23 de março
- 6 de abril
Segundo a Prefeitura, os locais dos mutirões serão definidos mais próximos de cada agenda, conforme situação epidemiológica verificada pela Saúde. Estatísticas do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
Orientações sobre assistência
Diante da explosão de casos de dengue em Campinas, a Prefeitura orienta que a pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico sobre a causa do sintoma. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.
Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
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