A presença feminina na música é algo comum do nosso cotidiano. No Brasil, durante os últimos cinco anos, o Spotify testemunhou um crescimento de 252% nos streams de artistas do gênero feminino. Junto com o aumento de novas artistas mulheres que ingressam na área, que cresceu em 24%, mundialmente.
Apesar do aumento da presença feminina na música, as mulheres tiveram que passar por muitas coisas para finalmente poderem ter suas vozes ouvidas. Grandes personalidades como Madonna e Stevie Nicks, e vozes brasileiras como Elis Regina, Rita Lee e Elza Soares, são algumas das muitas pioneiras responsáveis por uma indústria musical mais inclusiva.
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O Tudo Ep conversou sobre a importância das mulheres no cenário musical, com Marília Correa, cantora, compositora e instrumentista campineira.
A cantora credita como responsáveis por uma indústria musical mais inclusiva, nomes como Sister Rosetta, a “madrinha do rock”, e Beyoncé, que vem a cada ano “sacudindo a indústria com sua música e seus posicionamentos políticos”. Além de mulheres que contribuem na influência de suas músicas:
“Minhas inspirações vem das mulheres fortes que provaram e provam diariamente o tamanho da potência que somos: Elza Soares, Sandra de Sá, Dona Ivone Lara, Nina Simone, Aretha Franklin entre outras”.
Marília cria músicas com a intenção de “tocar a vida das pessoas de alguma forma, seja por afeto, questionamentos, alegria, paz, saudade ou liberdade”.
Além de Beyoncé, a cantora Taylor Swift também é um sinônimo de representatividade na música. Ao lutar contra a desigualdade de gênero, a vencedora de quatro Grammys na categoria “álbum do ano”, impulsiona a nova geração de vozes femininas, inspirando e apoiando seus trabalhos.
No entanto, também é importante destacar que as mulheres ainda são vítimas de preconceitos e dificuldades no mundo da música, principalmente quando se trata de cargos e remunerações. Uma pesquisa da UBC revela que dos rendimentos dos direitos autorais distribuídos entre todos titulares, apenas 10% são destinados às mulheres.
“Avançamos muito na questão de poder ocupar o nosso devido espaço, mas só isso não basta. Ainda existe desigualdade onde homens ganham salários/cachês mais alto que mulheres executando a mesma função. E toda a estrutura patriarcal e política que já conhecemos bem ” Comenta Marília.
Marília também destaca que as mulheres têm demonstrado há décadas sua capacidade de revolucionar o universo musical. Ela aborda a importância da representatividade neste cenário:
“Essa é uma luta e uma revolução feita por nós mesmas quando ocupamos nossos lugar de fala. Então acredito que essa é uma conquista nossa, feita por nós” “Quanto mais a gente se vê mais entendemos que podemos estar lá. Dar destaque a vozes femininas abre um leque de possibilidades para futuras gerações”.
*Sob supervisão de Marcos Andrade
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