20 de maio de 2024
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Sustentabilidade

Hidrogênio verde: conheça a nova forma de criar combustível

Com grande potencial no Brasil, setor de energia renovável chama a atenção para novos investimentos

Hub de Hidrogênio no Complexo de Pecém recebeu investimento de U$ 90 milhões (Foto: Divulgação)

*Por Sabrina Brito/Nosso Impacto

Em 2023, um financiamento de 2,2 bilhões de dólares, que será dividido entre diversos projetos, foi aprovado pela Comissão de Financiamentos Externos, parte do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Um dos projetos mais discutidos pelos especialistas ambientais é o do Complexo do Pecém, que tem como objetivo principal a realização de obras de infraestrutura para receber o Hub de Hidrogênio Verde e vai receber um montante de U$ 90 milhões.

O Complexo do Pecém é definido como “um espaço de impulsionamento e crescimento no Ceará”, que abrange uma área industrial, uma zona de processamento de exportação e um porto. Com a entrada de novos recursos, pretende-se instalar uma infraestrutura básica para a instalação de corredores de utilidades, a expansão do Terminal de Múltiplas Utilidades do porto, com um novo berço de atracação, e a expansão do Píer 2.

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O propósito do investimento é acelerar a aplicação de capitais na produção de hidrogênio verde, formado por energia renovável ou energia de baixo carbono e capaz de impulsionar a descarbonização do planeta.

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O hidrogênio verde é um combustível universal e muito reativo, obtido por meio do processo químico da eletrólise, que se baseia na separação do hidrogênio e do oxigênio presentes na água por meio de uma corrente elétrica.

Assim, se a eletricidade utilizada for advinda de fontes renováveis, será possível produzir energia sem jogar ainda mais dióxido de carbono na atmosfera, uma vez que o único subproduto dessa reação química é a água. Os principais destinos do hidrogênio verde costumam ser a produção de fertilizantes agrícolas e de produtos farmacêuticos.

De acordo com a AIE (Agência Internacional de Energia), o hidrogênio verde seria capaz de gerar 3.000 TWh de energia renovável adicionais anualmente, o que equivale à atual demanda elétrica de todo o continente europeu.

Em um cenário em que a AIE espera um aumento da demanda mundial de energia na casa dos 25% a 30% até 2040, isso poderia apontar para um futuro significativamente mais sustentável.

Até agora, o Hub de Hidrogênio Verde do Ceará conta com a assinatura demais de 30 memorandos que envolvem empresas do Brasil até a Austrália e preveem a aplicação de recursos bilionários na região. O governo cearense também aderiu ao Pacto do Hidrogênio Renovável, impulsionado por duas das maiores organizações da área.

É importante ter em mente, porém, que existem alguns obstáculos à popularização do uso de hidrogênio verde. Um dos maiores empecilhos nesse sentido é o seu alto custo de produção, que excede significativamente o de outras fontes energéticas.

Contudo, sabe-se que a tendência para o futuro próximo é de que o preço da energia sustentável caia com o tempo – o custo da energia solar caiu em dez vezes ao longo de uma década, por exemplo, enquanto o da energia eólica foi cortado pela metade.

Aliada ao fato de que, conforme a BloombergNEF, a demanda por hidrogênio verde pode bater as 700 milhões de toneladas até 2050, a perspectiva aponta para um futuro de grandes oportunidades financeiras e ambientais para quem investir no ramo.

E há boas notícias para os brasileiros: segundo uma pesquisa do Instituto Fraunhofer ISE, o Brasil, junto com nações como a Colômbia e a Austrália, figura entre os países que oferecem os melhores custos para a produção e exportação de hidrogênio verde para a Europa.

O Brasil já é um expoente mundial quando o assunto é produção de energia renovável, a qual representa cerca de 87% de toda a energia usada em território brasileiro. Ainda assim, levando em consideração o que sugerem os estudos, ainda há bastante espaço para melhorias.

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