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BairrosDistrito de Sousas: uma viagem no tempo dentro de Campinas

Distrito de Sousas: uma viagem no tempo dentro de Campinas

Distrito de Sousas, em Campinas, conserva tradição ao mesmo tempo que busca modernização; conheça um pouco da história

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A região conserva as origens de um tempo longínquo no passado. Seja no chão de paralelepípedos, nas marcas das paredes das casas e comércios ou na arquitetura que remete a construções portuguesas e italianas dos últimos dois séculos. Algumas partes do distrito de Sousas parecem um pedacinho de um país europeu dentro de Campinas. O lugar teve destaque na cultura cafeeira e na imigração em grande quantidade de italianos no final do século XIX.

“Você tem uma história que vai além. A história [de Sousas] pega a época em que Campinas foi fundada. Na época das sesmarias”, quem afirma é Hélio Beltramelli, morador e pesquisador da história do distrito. “Por volta de 1700, essas terras não tinham valor nenhum”, diz a moradora Giovana Romano, que vem de família italiana tradicional na região.

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“Em um momento, houve um desmembramento dessas terras em sesmarias e surgiram duas grandes fazendas”,

afirma.

Segundo a pesquisadora Zuleika Godoi Gomes, há quase 200 anos, em meados de 1830, sobretudo, aconteceria a fundação da região com os sertanejos Antônio de Godoi e Bernardo José Sampaio.  “[Eles] embrenharam-se na vasta mataria até atingirem as margens do rio Atibaia, onde acamparam maravilhados com a beleza natural e com a farta e variada caça e pesca”, escreveu na obra “Monografia Histórica e Estatística do distrito de Sousas”. A “beleza natural” acompanha um distrito que hoje se destaca no setor gastronômico e turístico. “A primeira ponte, ali perto do coreto da subprefeitura, foram duas perobas que eles [primeiros povos] derrubaram sobre o rio Atibaia”, relembra Beltramelli.

A pesquisadora Zuleika explica que, aos poucos, o lugarejo desbravado por Antônio e Bernardo passou a receber mais pessoas, como João Floriano de Camargo – que foi irmão de Bernardo Sampaio, um vereador da então Vila de São Carlos (antigo nome de Campinas) – e membros da Família Sousas. “O ‘povoado’ foi crescendo e se transformou num pequeno ‘Arraial’”, escreveu.

Assim, em 28 de janeiro de 1889, pelo vereador Dr. Ricardo Gumbleton Daunt, em sessão da Câmara Municipal, houve alteração do nome do “povoado da Ponte do Atibaia” para “Arraial dos Sousas”, em homenagem às pessoas que contribuíram para a formação e desenvolvimento do núcleo local. 

CENTRO HISTÓRICO DE SOUSAS

Edifício da praça “Beira-Rio” no distrito de Sousas (foto: Tudo EP)

“Temos restaurantes aqui que têm mais de 30 anos”, afirma o subprefeito Pedro Oliveira que, sentado a uma mesa de madeira no gabinete da subprefeitura, um prédio datado de 1912, relembra: “Na verdade, nós temos muitas construções tombadas na região”.

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De acordo com a Prefeitura de Campinas, alguns dos bens tombados são: o Ramal Férreo Campineiro – do final do século XIX -; os “traçados urbanos e caminhos remanescentes dos distritos de Sousas e Joaquim Egídio” – que diz sobre as primeiras vias de acesso entre as duas regiões -; a Ponte Adhemar de Barros e outros 12 imóveis em torno do rio Atibaia, como a igreja de São Sebastião, a Casa de Cultura e Cidadania Antônio da Costa Santos, o Monumento ao Imigrante, o Hospital Cândido Ferreira, a Capela de Santa Cruz, o Posto Policial, a casa do Cardeal Dom Agnello Rossi, a capela de São Joaquim e São Roque, a ponte Padre Abel e o coreto da Praça São Sebastião. “Esse é um centro histórico”, reforça o subprefeito.

Entre os principais marcos de desenvolvimento, até 1900, a partir da mudança do nome do lugar, Zuleika destaca:

1889 – Agência de Correios e Ramal Férreo Campineiro, no qual contava com 33 quilômetros e interligava o percurso entre Campinas e Cabras, cujo nome ficou conhecido como “Cabrita”;

1892 – Distrito Policial, cujo 1° subdelegado foi Manoel Rosa Martins, conhecido por ser simples e trabalhador”;

1894 – Matriz e Societá Italiana “Lavoro e Progresso”;

1896 – Distrito de Paz;

1898 – Cemitério e Freguesia, Seção eleitoral e Destilaria Dal Porto

Ao longo dos demais anos, o distrito continuou em desenvolvimento e, atualmente, conserva marcas do passado que ecoam nas estruturas e memórias daqueles que conheceram histórias de outrora. 

Acompanhe um pouco do distrito de Sousas nas histórias destacadas abaixo e entenda o que há de fato no lugar:

UMA VIAGEM HISTÓRICA POR SOUSAS:

  1. Descubra quem foram os imigrantes italianos no distrito de Sousas

Giovana estava sentada em uma cadeira com um punhado de fotos de época em cima de uma mesa na Biblioteca Pública Distrital I de Sousas “Guilherme de Almeida”. De vez em vez, ela se virava, olhava para uma gaveta e apanhava outros documentos históricos. Colocava-os sobre a mesa e batia fotos com o celular. A mulher de 64 anos é uma Romano, uma das muitas famílias tradicionais com descendência Italiana da região de Sousas.

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  1. Sociedade Italiana: Conheça o espaço que preserva a identidade italiana em Sousas

Ela está localizada na Rua Humaitá, no distrito de Sousas. Um lance de degraus dá acesso a uma porta de madeira. Em cada um dos lados da porta, janelas perfeitamente simétricas em suas dimensões. Na parte de cima, há um número gravado: “1894” e, ainda mais para cima do edifício, os dizeres: “Societá lavoro e progresso”. 

“Envolve muita coisa”, o genealogista Hélio Beltramelli faz um alerta sobre a história do lugar. “São 129 anos de história. São muitas épocas e adaptações diferentes”, diz. “Houve muita coisa que também se perdeu no processo”. Embora histórias orais e outros documentos que trazem informações da Sociedade Italiana do distrito tenham se perdido, sabe-se muita coisa do lugar.

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  1. Casa de Cultura: Conheça algumas expressões culturais no distrito de Sousas, em Campinas

As crianças, trajadas em abadás brancas, estavam animadas com mais uma noite de prática de capoeira. O espaço em que os jogadores mirins aguardavam era em uma grande sala, com um cartaz exibindo o logotipo da escola do esporte e alguns berimbaus e fotografias na parte do fundo do espaço. Ali, funciona a Casa de Cultura e de Cidadania Antonio da Costa Santos, um edifício tombado na Rua Treze de Maio, no distrito de Sousas, em Campinas.

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  1. Distrito de Sousas: Comerciantes revelam desafios de empreender

Nas proximidades da Ponte Adhemar de Barros, no distrito de Sousas, em Campinas, há um pequeno centro comercial, que já atravessou décadas. João Paulo Peria estava acomodado em um balcão de época, atrás dele, em uma parede com prateleiras e garrafas, uma foto com dois homens. “Esse é o meu pai e o meu tio”, ele explica. 

Peria trabalha em um bar no centro do distrito, não tão longe da igreja Santana. O comércio existe há 88 anos e ainda conserva objetos da década de 50, época em que a família comprou o lugar. “A construção é desde 1935. A minha família comprou em 1949 e reformou em 1959. Então, já passou pelo meu bisavô, e o meu pai começou em 1969 com o meu tio e eles foram até 2016”, explica.

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  1. Beco do Mokarzel: Conheça histórias de alguns moradores de Sousas

Próximo ao Rio Atibaia, no distrito de Sousas, em Campinas, há um conjunto de casas. Dona Vera, uma das moradoras da ocupação conhecida como Beco do Mokarzel, estava sentada em uma cadeira em frente à entrada da casa. A região em que Verona e tantas outras famílias moram foi ocupada há mais de 50 anos e, constantemente, precisam evacuar por causa das enchentes.

“Moro aqui [em Sousas] desde que nasci”, explica a mulher de 75 anos. Antes de morar no beco, dona Vera explica que toda a família morava na Rua Treze de Maio, no outro lado do Rio Atibaia. No dia 28 de dezembro de 2022, cerca de 44 famílias, incluindo a de Verona, na última enchente, tiveram que abandonar o beco por um curto período de tempo.

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Projeto Vozes da Nossa Gente

Essa matéria faz parte do projeto multiplataforma “Vozes da Nossa Gente” do portal ACidade ON Campinas. O projeto destaca o jornalismo hiperlocal e busca uma maior conexão com a comunidade.

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