
A superlotação dos leitos de UTI para pacientes de coronavírus já havia sido anunciada na sexta-feira (29), quando a Unicamp afirmou funcionar com 100% da capacidade dos leitos para contaminados, e confirmou o recebimento de contêineres, para armazenar corpos de vítimas.
No HC foram registradas até o momento 8 mortes confirmadas. A Unicamp já soma 256 casos confirmados da doença entre o HC, o Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher) e o Cecom (comunidade de profissionais da saúde, funcionários e alunos da Unicamp).
LEIA TAMBÉM
Campinas soma mais duas mortes por covid-19; casos chegam a 1.614
Só 3 cidades da RMC não reabrem o comércio nesta segunda
A situação da rede de saúde da universidade segue a situação do município. Em Campinas, 91% dos leitos do SUS (Sistema Único de Saúde) estavam ocupados neste domingo (31). Nesta segunda-feira (1) a Prefeitura anunciou a disponibilização de 10 novos leitos na Rede Mario Gatti para tentar suprir a demanda, e outros 20 leitos devem ser liberados ainda nesta semana.
Segundo o coordenador de assistência do HC e chefe da área de infectologia, Plínio Trabasso, a situação já é de remanejamento de pacientes mais leves, com a retirada de alguns casos da UTI.
"A ação imediata é de selecionar dentro dos pacientes internados os em melhores situações e poderiam ser transferidos para os cuidados intermediários, mas tem que levar em consideração que esse paciente não estava totalmente preparado para sair da terapia intensiva, mesmo respaldado ainda é uma decisão difícil de tomar", afirmou.
Segundo o coordenador, a previsão é que o HC tenha mais 30 leitos até o final do mês, mas com o aumento no número de casos a preocupação é que a estrutura não dê conta do atendimento.
"A medida que a doença vai avançando, se não houver restrição e efetiva de diminuição nos casos existe a possibilidade de não ter nem mesmo espaço físico pra por esses leitos", apontou o infectologista.
O médico da emergência do HC, Mário Henrique Franco, diz que com a falta de leitos o risco é de manter o paciente mais tempo sem a internação, o que é arriscado.
"A gente sempre tenta conseguir o mais rápido possível de leitos de UTI para os pacientes que precisam, seja com remanejamento, como transferência, mas corre o risco de manter o paciente um tempo maior do que gostaria na unidade de emergência, por falta de leitos", declarou.